Reflexo

A gaivota voa suavemente sobre a água, toda ela é precisão, toda ela é um relógio. Não há atrito entre ela e o mundo, é como se manipulasse o mundo com as asas. Cada interacção do seu corpo com a água, ou com o espaço, é determinada ao milionésimo de milímetro. Parece que voa não como fruto de uma decisão, mas sim de uma obediência. Não há espaço para inventar. Inventar seria sinal de uma ligeira incerteza, e essa incerteza não existe neste magnífico animal.

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