Culpa

Custa-lhe como chumbo nos sentidos, mover os pés para levar o corpo para casa. Pesa-lhe a caricia do apagamento, a brisa leve da inutilidade, o seu nome nunca pronunciado, a sua desorientação entre as margens da realidade. Caminha tão lúcido como se não existisse, como um esqueleto que se livrou dos trapos das carne, sentindo a existência da própria alma como um incomodo dos músculos, uma cãibra que lhe deu na ilusão do perdão.


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